2 de fevereiro é dia de Dandalunda, Janaína, Marabô, Princesa de Aiocá, Inaê, Sereia, Mucunã, Maria, Dona Iemanjá, Mãe, Aiara, ou como queiram chamá-la. É tempo de agradecer e pedir bênçãos ao mar, e nós de Afrôs não podíamos passar essa data despercebida, tantas as vezes em que a citamos em nossas letras e orações, como em Mangue Seco: “Banhei nas águas do rio, Oxum, Afrodites e Iemanjá”.
Padroeira dos amores, muito solicitada em casos de desafetos, paixões conflituosas, desejos de vinganças - caso ela consinta -, bem como dos pescadores e de todos que tenham alguma ligação com o mar, ela recebe mimos em sua morada em diversas datas do ano. São flores, barquinhos com orações, jóias, perfumes, velas, espelhos, sabonetes, etc, para que a mãe leve consigo todas as tristezas.
Saca esse clipe do Otto mostrando a festa lá em Salvador:
Por fazer das águas sua morada, Iemanjá é costumeiramente simbolizada por um peixe e considerada mãe de todos os orixás. Além disso, são marcantes nas figuras de Janaína os longos cabelos e o corpo escultural, envolto em vaidade e feminilidade.
No sincretismo religioso, Dadalunda tem identidade correspondente a outros santos. Na igreja católica é Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade e a Virgem Maria. Por isso não se assustem se acaso escutarem lá por 8 de dezembro (Nossa Senhora da Conceição) ou 15 de agosto (Assunção da Virgem Maria) que é dia de Iemanjá de novo.
No bairro do Anil, em São Luís (MA), acontece um ritual muito bonito na Casa Fanti Ashanti, o Panela de Iemanjá. A festa de candomblé começa no terreiro, com música e arroz doce (a comida preferida dela) sendo servido aos presentes. Bem no centro fica a panela de barro com todas as oferendas que serão levadas. Antes da meia noite a panela é recolhida e carregada pelos filhos de santo para a praia do Olho D’Água, todos seguem e as filhas incorporadas agradecem às pessoas que as acompanham. E o resto vocês só vão ver lá mesmo.
Tem várias informações legais da pesquisadora Mundicarmo Ferreti aqui.
Escrito por Camila Boullosa e Fernanda Monteiro com colaboração da Fernanda Silva.
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